segunda-feira, 18 de setembro de 2023

VIII FESTIVAL DE POESIA DE LISBOA - 2023

Promovido pela Helvetia Edições. Em moldes diferenciados dos habituais nas edições anteriores. Uma confusão, o programa, Teve lugar em sítios diferentes, desde a UCCLA, Biblioteca de Alcântara, e Braço de Prata.

Para quem se viu, inadvertidamente, apeada, e forçada a recorrer aos transportes públicos, é inimaginável o(s) transtorno(s) provocado(s). 

Desabituei-me a não perder tempo com esperas irritantes, com o escutar, mesmo que se não queira, as conversas, laruças e agressividades das pessoas, que, normalmente, os frequentam, exasperando os outros, e condicionando a humores esquecidos os mais calmos e cordatos, que só pretendem evitar mais contratempos, que os forçosos, em circunstâncias semelhantes.

Inscrevi-me numa antologia - Amores e Lembranças - que data do ano passado, que já foi editada, e promovida em Feiras no Brasil.

Não consigo entender porque se torna tão difícil, pelo menos para mim, efectuar transferências para o Brasil. Dirijo-me ao(s) banco(s) duas, três, e mais vezes e há sempre qualquer quejando, que me impede de o fazer. Os dados fornecidos estão sempre incompletos, falta, usualmente, qualquer outro quê, para prosseguir com o processo. Canso-me e acabo por desistir do meu intento, como aconteceu desta vez com a Helvetia. Até nem era para pagar a minha prestação de participação; tinha a ver com a taxa de envio pelos correios. 

Alvitrei hipóteses de obviar o envio das obras a que tenho direito, (cinco). Nada foi levado a bom termo.

Depois de vários "mailings" trocados com as responsáveis da editora, e assentando que estaria presente no Festival para ir buscar os exemplares, na 5ª-feira passada, 14 do corrente mês, cheguei já tarde, e vim de volta sem ter conseguido resolver fosse o que fosse.

Este Sábado voltei à Biblioteca. Tempos infinitos de espera. Aborreci-me solenemente. Perdi o abençoado do meu tempo, sem qualquer proveito - (o que me exaspera tremendamente). Embora contendo-me - (porque os outros nada têm a ver com os meus problemas) - vou interiorizando, e o clima da minha disposição vai-se adensando para o lado negativo. Falta-me a paciência, irrequieto-me, torno-me pouco condescendente. Começo a ver (tudo) bastante cinzento, a descambar para a negritude.

Depois de duas pressupostas entrevistas com uma autora portuguesa, (cheiinha de pergaminhos!), e de um autor brasileiro - ambos taxados de "cotidianos") - os nomes e as nomenclaturas que engendram para se fazerem valer?! - dirigi-me à Janini Rosa para lhe questionar sobre as obras que me deviam ser entregues. Que nada! "Oi, quêrida: Ando numa vida!..." (Mais uma vez este rosário) -"Vou dar ordem à editora cá para lhe mandarem os livros". E deu-me de costas para ir pavonear-se para junto dos "literatas". Até a Mafalda Veiga - de que não sou nada fã - lá estava. A juntar a tudo isto, detestei a leitura, melhor: os poemas que leram; o último, de encerramento da entrevista, até náuseas me deu, um asco que quase me fez voltar as tripas do avesso - "boca cheia de lagartixas, vivas, comia-as..." Para onde descambou a poesia...

Já expedi mais um "mailing" de lembrete.

Vamos aguardar.

Mas... deve ser a última participação nesta editora.

                                                       Ramada, 18 de Setembro de 2023, (09h:50')

quinta-feira, 13 de julho de 2023

29 de Março de 2023 # Ana Ôdi, FB

 Faz tempo, muito mesmo, que não me entretenho por aqui...

Tentar entrar nas duas páginas que, (ainda?!), mantenho, é um quebra-tolas dos diabos.

Vou ter que fazer um exercício suplementar, de outro modo terei de parar definitivamente.

Aos interregnos a que fomos obrigados por força das circunstâncias acresceram as preocupações consequentes da passagem do tempo - envelheci, e a família, se já era uma prerrogativa, agora é um imperativo.

A mãe Quitéria está com 95 anos mimados, absorventes, desgastantes...

Esta sina de ser mulher, apesar de sermos dois os filhos que teve, tem um quê de amargor no peso que, em consciência, sinto no nublar do meu olhar, e na modorrenta fraqueza, que me assiste em constante atonia das minhas volições.

Haja Deus!


                                                         Ramada, 13/07/2023, (21h:50')

quinta-feira, 6 de julho de 2023

 

Amar é perder

O imprevisível acontece.

Despontamos para a vida, que, imperativamente, se impõe nos escaninhos das nossas fímbrias.

Sonhamos, nas conversas sustentadas, nas interrogações que a nossa ignorância demonstra, em busca de respostas. Nem sempre são tão aceitáveis, como nos querem fazer crer. Idealizamos alternativas outras para os dados que conhecemos, para as pressupostas saídas, que — (supomos,,,) —, são tão evidentes perante as situações e/ou relações, que nos parecem menos certas.

Nada disso se desenrola como queremos, ou forjamos, para que se torne uma realidade outra da que nos cerca.

A sociedade coarcta-nos realizações, que pairam ao alcance da alma, das mãos, e das sensações.

Já nada é para sempre.

Que prazer mórbido existe na maioria das pessoas em destruir sonhos, em gerar apatias e fugas à nossa premente necessidade, (como um imperativo categórico), de sermos minimamente felizes.

Acontece, por tal facto, haver tanta gente infeliz, ou, quando mais não seja, distante de si mesma, adormentada pela certeza, vivenciando dois mundos diversos, desagregados um do outro, alimentando lonjuras, sofreando fruições, esquecendo — (ou crêem que assim é) — que, se cá estamos, temos que proporcionar, a nós e aos outros, a possibilidade de sermos completos, felizes, razão primordial para se querer à vida, para lutarmos por ela, para a sentirmos integralmente, bailando no olhar, e num sorriso sempre presente.

A vida é simples, e, no entanto, só a complicamos em descrenças, desavenças e maus amores. Entregamo-nos a eles com afinco. Podíamos aproveitar todos esses esforços muito mais proficuamente. Termos noites tranquilas e repousadas, em prolongamento de sonhos, de imagens, que nos alegrariam veredas cerebrais. Acordar num novo dia cada vez melhor — seríamos capazes de grandes e imediatas resoluções, sem pensarmos no que se seguiria depois.

É disto que se faz a maioria das relações, que, prática comum, nos dias que correm, descambam em ruptura,violência, desconformidade.

Mas uma das partes é a que mais sofre.

Marcas que o tempo subsequente jamais apaga. Marcas que determinam que não possa, na maioria das circunstâncias, haver redenção, ou, pelo menos, fazer-nos acreditar que há uma porta, que um dia se poderá abrir para o caminho certo.

Já alguém disse, — (Picasso?) — que “a vida é uma obra de arte em que não existe borracha”.

 

                                 Ramada, 04/04/2023, (00h:10’)

                                 Ana Oliveira Dias              a.oliveiradias@gmail.com 



Nota Avulsa:

Por problemas - (para mim demasiados) - com a transferência da comparticipação, desisti de participar na Antologia AMOR, PAIXÃO E CONSEQUÊNCIA, proposta pela editora brasileira Merari Tavares. Aqui fica, em arquivo, o que produzi na altura.

                                                                            Ramada, 06/07/2023


quarta-feira, 8 de maio de 2013

África: errou o alvo!....

Vejam só o perigo...

E não é caso para rir!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Nampula, a linda!

Sem querer apareceu-me no "écran" o "blog" que nasceu em 2007, após um almoço de reencontro com alguns amigos, depois de mais de trinta anos.
Parece que outros o substituiram, com intenções diferentes, e diversas. É pena...
Este último Sábado, teve lugar mais um encontro de "cocuanas" em Vila Nova da Barquinha, na Casa do Patriarca - não pude ir: outras prioridades se impuseram, e a vida não está fácil para ninguém, quanto mais para mim que me debato, há longos anos, com a solidão, o esquecimento por parte de todos e dificuldades financeiras difíceis de gerir, sozinha.
O encontro de 2007 foi muito agradável.
Nem sempre, ou melhor, raramente posso estar presente. Quem dera pudesse ser possível estarmos mais em contacto uns com os outros sem grandes almoços, sem complicações, sem contenções?!...
Mas vamos ficando "cotas"... e as vistas turvam-se com maior facilidade...
A quem chegar, ainda, esta mensagem, um xôxo enorme e um grande xi-coração!
Tudo de bom, gente!
Ana Dias, (Nita, para alguns).

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

poeta sem o ser

Perdi os temores do tempo.... Saltei barreiras, temporais , gritos , desesperos... Cheguei ao destino impávida de nostalgia, o destino que não queria, mas cheguei. Reclamo com a minha alma, a perda da morada certa. Luto por um só suspiro de agrado e de prazer... luto pela saudade eterna da terra do bafo quente, luto por te rever, enquanto o impossível se torna em sonho. Um dia irei...sim,retornarei em pó ,em cinza,mas retornarei... e o chão terá o odor da terra molhada das minhas lágrimas. Duma Moçambicana que não é poeta: Luzinha Coelho

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

"Água mole em pedra dura..."

Poixxx... Foi assim, sem jeito, e dada a insistência, ou persistência, no/do convite, aqui estou. Não vou contar "estórias" de desempoeirar baús - tenho poucas, e as que tenho guardo-as para mim, não por egoísmo, mas porque foram vividas numa extrapolada vivência de menina, assumidamente demasiado adulta para a minha idade, demasiado racional, até - passavam-me ao lado estas malandrices que se faziam num tempo próprio de adolescência. As minhas "estórias" têm a ver com mortes, guerra, prisões, hospitais militares, acções da Legião de Maria - são enquadramentos bem diferentes, e pouc(a)/(o)s tiveram o arrojo, a desmesura, a coragem de ir mais além, desbravar outras realidades que não as comezinhas e naturais de gente que se quer jovem, fresca, livre para viver cada minuto de cada vez. Este recanto é p'ra recordar o que de bom a vida nos proporcionou, no companheirismo, na vida académica - o João Neves deu o mote... Eu era, de certa forma, Maria-rapaz, mas estava bem longe destas artimanhas - "tadinha" de mim que, (próprio da idade e da minha condição de rapariga, imbuída de preceitos familiares e religiosos), defendia com unhas e dentes uma postura, que se pretendia correcta e afinadinha?!... Era muito "limpinha", [de pensamento(s) e de boca] - hoje já não é assim... Costumo dizer que há muito ultrapassei a velocidade da luz e do som: quem gostar, assim me tem; quem não gostar, esqueça, "ponha à borda do prato"... Depois... ah! Depois?!... Tenho dois sobrinhos, que em tudo se assemelham ao que eu era, seccionados cada um deles por metades de mim - estar com eles é reviver um "cóchinho" de mim, nesse tempo longínquo, mas sempre tão perto... São as minhas recordações felizes que me têm ajudado a continuar a viver - por cá, enchemo-nos de mágoas, de cicatrizes que, mesmo os "maus tempos" de lá, nunca me fizeram... Mas, pronto: é preciso manter a vela acesa até que a VIDA queira - o TUDO é nada, e eu procuro sempre, (e ainda, e "malgré tout"..), o ABSOLUTO, que o INFINITO é já aí... Ana Dias (a Mofina Mendes do LAGG)